26.3.10

Uma realidade inconveniente



Com o tempo chamado “morto” que tenho como bibliotecária (temporária), fruto das horas tardias em que trabalho, deixei-me invadir pela nostalgia e revisitei os lugares da memória, construídos em blogs vários dos amigos do costume, também eles nascidos nestes espaços.
Dei comigo a ler-me sem me aperceber que aquelas palavras eram minhas, o encadeamento do raciocínio era outro e fico pasmada com a facilidade com que a escrita fluía em resposta aos desafios que íamos colocando uns aos outros...
Parece que actualmente já temos pouco para dizer, será? No meu caso, é-o de facto, não sei se por falta de estímulo ou por não saber para onde fui, ou melhor, onde é que estou afinal...dei-me conta de que estou perdida num limbo onde nada floresce, ou serei eu que à força de tanto querer a perfeição, nada do que surge me satisfaz e dou-me por derrotada à partida.
Disperso-me...qualquer interrupção é fatal e as palavras ficam atabalhoadas, presas num raciocínio disforme que nada consegue construir, as ideias desmaiadas não encontram margens que as guiem...
A Elipse regressou ao meu quotidiano, talvez ela com as suas palavras me consiga instigar as frases, ordenar as ideias e fazer desaparecer de mim este opróbrio que me angustia. Sinto-me leve ao lê-la e não me canso nunca de o fazer, assim como nunca me cansaram as Revelações Avulsas que releio e revejo com carinho, ou o Negativo.
Gostaria de mudar esta realidade, de trazer de volta os contactos próximos, as palavras adiadas e a leveza que deixei algures pelo caminho. Até lá continuarei a deliciar-me com os passeios pelos blogs meio adormecidos ou em estado de coma, como é o caso do meu...

1 comentário:

Elipse disse...

Benvinda. Vim cá ter por via do facebook; perdemos (todos?) o hábito dos blogs e das escritas, uns por umas razões, outros por outras, parecendo que tudo tem o seu tempo e que depois o tempo se esgota e se transfere para outros lugares.
Antes de mais, quem assim escreve não perdeu o hábito, minha querida Ivone. É uma questão de nos estimularmos, mas até isso deixámos de fazer.
O meu regresso às Palavras em Linha não parece ser definitivo. alguma coisa me impede... e eu acho que sei o que é mas não quero aprofundar.
Não sei se crie outro espaço, mas se o criasse também não sei se me apeteceria divulgá-lo.
Poderíamos vir aqui deixar coisas escritas, seria uma possibilidade. Tambem a mim faz falta a ordenação que a escrita me permite e me faculta. Também eu ando dispersa.
Para já, ainda bem que abriste caminho...